Museu da República e Resistencia * CITIDEPColóquio Internacional "Cidadania e Novas Tecnologias"Forum Lisboa, 4 de Outubro de 1999 |
Todos recordamos a famosa frase que assinalava ter o moinho de vento anunciado o sistema feudal, e a máquina a vapor, o sistema capitalista -- ou, como alguns preferem dizer, a era do regime de manufactura industrial. Assistimos hoje, no entanto, a uma revolução tecnológica de não menor alcance das simbolizadas por esses engenhos: a universalização do computador e das telecomunicações digitais (via satélite e fibra otica). Estranho seria não se anunciar, com ela, uma nova era de profundas transformações sociais.
Na falta de melhor termo, entrou na moda falar-se de sociedade de informação. E criaram-se grandes expectativas -- e muitos receios de sinal contrário: desde o prenúncio de uma democracia participativa numa "aldeia global", à asfixia do cidadão pela escala global do poder do estado e empórios multinacionais.
Como não faltam discussões mais ou menos filosóficas sobre o tema, e enquanto simples cientista, prefiro mover o centro de gravidade da reflexão para o terreno mais modesto da reflexão baseada na investigação experimental no terreno. E assim procurar responder a questões mais localizadas: quais os atributos das novas tecnologias de informação que potenciam uma mudança qualitativa em relação a outros avanços tecnológicos anteriores ? Que mudanças qualitativas são por elas potenciadas ? Que impacto podem ter na forma como o cidadão pode influenciar as decisões que afectam o seu destino ?
Nesta intervenção se procurará, com base na investigação conduzida nos USA e em Portugal ao longo dos ultimos 8 anos, dar uma modesta contribuição para que se distinga entre mitos e os desafios que enfrentamos.
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